17.7.10

Tem alguém batendo na minha janela.

Hoje é sábado e é cedo ainda. Só umas 9 e pouco da manhã. Como faço sempre, venho com meu café com leite pra cama, abro minha janela, e deixo o sol entrar. Só que hoje está muito frio e chovendo, então deixei o vidro fechado.
Já terminei meu café, mas ainda estou na cama, lendo, pesquisando notícias na internet.
Escuto uma batidinha na janela...
Vejo uma figurinha pendurada do lado de fora. E não é que a tal figurinha olha pelo vidro, me procurando? Olha, olha, procura... E bate de novo. E fica olhando pelo vidro.
É um passarinho, tentando entrar no meu quarto. É o que mais de meu, eu tenho.
E nisso, parei pra pensar em quantas vezes acontece de alguém tentar entrar em mim, no que mais de meu, eu tenho, e eu não permiti.
Alguém que olha para dentro de mim, que quer fazer parte do meu dia-a-dia. E eu deixei a "janela de vidro" fechada.
Permito que olhe, que veja o que está perdendo, mas não permito que ultrapasse a barreira.
Construo muralhas, crio empecilhos.
Só porque um ou outro não souberam usar da permissão que lhes dei. Porque fizeram parte do que mais de meu, eu tinha, e não souberam aproveitar da oportunidade que tiveram.
Ou porque se aproveitaram da oportunidade de adentrar no que de mais meu, eu tinha. E acharam que essa oportunidade lhes dava a liberdade de fazer tudo o que quisessem.
E o passarinho continua batendo na janela, querendo vencer o vidro que se encontra entre ele e o que mais de meu, eu tenho.
E vai ser assim até quando não estiver muito frio lá fora, e eu puder abrir a janela toda.