6.12.10

Passageiro...

Queria assim algo bem passageiro, que só me passasse o tempo, me mantivesse ocupada não mais que poucos minutos.
Não queria ficar pensando o dia todo, e ocupando todos os meus momentos com todas essas ideias.
Queria de um jeito despretencioso, como quase nada do que me rodeia, é.
Sem pressa, sem muita intensidade... assim, meio de repente.
Mas logo assim, de repente, tudo se intensifica. E agora tem a cara que tudo que me pertence, tem. A cara do desespero, do excesso.
Nada para mim passa, assim, impunemente.
E meio como quem não quer nada, me tira o fôlego, me deixa sem ar.

"Avassalador
Chega sem avisar
Toma de assalto, atropela
Vela de incendiar
Arrebatador
Vem de qualquer lugar
Chega, nem pede licença
Avança sem ponderar."
(Aquilo que dá no coração - Lenine)

28.10.10

Uma aposta

Um tempo atrás, conversando com uma amiga sobre um possível relacionamento (dela), disse a ela assim: "Gata, tudo que você tem a apostar é: nada a perder, e possivelmente muito a ganhar. Vai com tudo!"
E eu tava certa... Hoje ela tá feliz com esse relacionamento, que eu espero que ela ainda tenha muito mais a ganhar do que já está ganhando.
E hoje, parando para pensar na frase, trouxe para a minha situação. Tenho remoído a alguns dias sobre escolhas, o que fazer, que atitude tomar. Eu gostaria de poder fazer valer a frase no meu caso. Mas, infelizmente, eu não vou apostar o que eu tenho, que me é caro, para possivelmente nada ganhar.
Analisando a minha situação, perder uma amizade é, sim, muito pesaroso. Porque uma pessoa legal por perto sempre é muito bom. E ganhar o que, se o que eu vejo, me diz que não vou ter nada de volta?
E outra, vai que é só um encantamento movido pela carência afetiva? Perco um tantão para depois perceber que não era nada?
E fiz minha escolha... E vou amargar uma fossinha, mas né... Em quase 30 anos, estou pra lá de escolada em fossas...
E a carência é só afetiva, porque as outras carências, vão muito bem, obrigada!
Pra que mexer em time que tá ganhando, né?
Mas, se algum indício me disser que eu tenho mais a ganhar do que a perder, mudo de aposta na hora! :D

8.8.10

Um ano atrás...

E tantas vezes eu fui atrás... tantas vezes eu senti saudade. Tantas vezes que eu disse o quanto foi especial para mim. E tantas vezes eu fiquei remoendo o porquê de não ter dado certo.
Não foi culpa minha.
E tantas vezes que eu falei sobre tudo, dissecando toda a história. Tantas vezes que eu contei toda a história para outras pessoas, na tentativa de enxergar onde nos perdemos.
Não foi culpa minha.
E nas tantas vezes que eu quis estar perto de novo. E nas tantas vezes que eu liguei, tentando mostrar o que eu sentia. E nas tantas vezes que nem percebeu o que eu quis dizer.
Não foi culpa minha.
E nas tantas vezes que eu imaginei o futuro. Nas tantas vezes que eu vi esse futuro lindo, brilhante e muito certo. E nas tantas milhões de vezes que eu enxerguei que esse futuro, de verdade, não tinha nada para dar certo, que o destino era realmente ao fracasso.
E não foi culpa minha.
A culpa foi de quem não acreditou em tudo o que eu tinha de melhor para dar. De quem não acreditou que meus sentimentos eram tão nobres e especiais. Sentimentos esses, que de tão incríveis, ainda não consegui expurgar de dentro do meu peito. Nem consegui ainda, transformar em outra coisa. Nem consigo ceder a outra pessoa.
E tudo isso ainda passeia dentro do meu peito. Umas horas mais, outras horas menos.
Mas ainda habita aqui dentro. E tenho consciência que não vai sair daqui tão cedo.
O porquê? Nem eu mesmo sei.
Fui muito machucada, sim, nessa história. Mas boas lembranças ainda persistem. E cada dia é um dia. Cada semana passa voando. E ainda me vejo parada um ano atrás.

17.7.10

Tem alguém batendo na minha janela.

Hoje é sábado e é cedo ainda. Só umas 9 e pouco da manhã. Como faço sempre, venho com meu café com leite pra cama, abro minha janela, e deixo o sol entrar. Só que hoje está muito frio e chovendo, então deixei o vidro fechado.
Já terminei meu café, mas ainda estou na cama, lendo, pesquisando notícias na internet.
Escuto uma batidinha na janela...
Vejo uma figurinha pendurada do lado de fora. E não é que a tal figurinha olha pelo vidro, me procurando? Olha, olha, procura... E bate de novo. E fica olhando pelo vidro.
É um passarinho, tentando entrar no meu quarto. É o que mais de meu, eu tenho.
E nisso, parei pra pensar em quantas vezes acontece de alguém tentar entrar em mim, no que mais de meu, eu tenho, e eu não permiti.
Alguém que olha para dentro de mim, que quer fazer parte do meu dia-a-dia. E eu deixei a "janela de vidro" fechada.
Permito que olhe, que veja o que está perdendo, mas não permito que ultrapasse a barreira.
Construo muralhas, crio empecilhos.
Só porque um ou outro não souberam usar da permissão que lhes dei. Porque fizeram parte do que mais de meu, eu tinha, e não souberam aproveitar da oportunidade que tiveram.
Ou porque se aproveitaram da oportunidade de adentrar no que de mais meu, eu tinha. E acharam que essa oportunidade lhes dava a liberdade de fazer tudo o que quisessem.
E o passarinho continua batendo na janela, querendo vencer o vidro que se encontra entre ele e o que mais de meu, eu tenho.
E vai ser assim até quando não estiver muito frio lá fora, e eu puder abrir a janela toda.

29.6.10

"Cause if you want love, we'll make it..."

Tá, que eu só descobri o John Mayer hoje... E descobri que essa música é dele. E tá bom, que a música é uma delícia de escutar... e a letra é uma coisa de gostosa...
E pode até ser que eu não tenha ninguém em especial para dedicar essa música, assim, publicamente, mas tenham certeza que dentro do meu pobre e machucado coraçãozinho, essa música tem destino certo. ´Coz her "body is a wonderland" for me... Sempre.

"We got the afternoon
You got this room for two
One thing I've left to do
Discover me
Discovering you

One mile to every inch of
Your skin like porcelain
One pair of candy lips and
Your bubblegum tongue

'Cause if you want love
We'll make it
Swimming a deep sea
Of blankets
Take all your big plans
And break 'em
This is bound to be a while

Your body Is a wonderland
Your body is a wonder (I'll use my hands)
Your body Is a wonderland

Something 'bout the way your hair falls in your face
I love the shape you take when crawling towards the pillowcase
You tell me where to go and
Though I might leave to find it
I'll never let your head hit the bed
Without my hand behind it

you want love?
We'll make it
Swimming a deep sea
Of blankets
Take all your big plans
And break 'em
This is bound to be a while

Your body Is a wonderland
Your body is a wonder (I'll use my hands)
Your body Is a wonderland

Damn baby
You frustrate me
I know you're mine all mine all mine
But you look so good it hurts sometimes

Your body Is a wonderland
Your body is a wonder (I'll use my hands)
Your body Is a wonderland
Your body is a wonderland

I'll never speak of this again
Now theres no reason
I've got the kinda love in my hands
To last all season"
(Your body is a wonderland - John Mayer)

22.3.10

Compromisso x Liberdade

A vida de uma mulher na idade dos 20 e poucos anos (quase 30, na verdade) gira na eterna briga entre compromisso e liberdade.
Ao mesmo tempo em que sente falta de ter alguém ali pertinho o tempo todo, acha um saco ter que dar satisfação para um carinha que está ali por perto.
Você já conquistou tantas coisas. Independência dos pais, a grande maioria tem carro, quem sabe, até casa. Trabalho, dinheiro pra viajar. Não precisa dizer aos pais aonde vai e que horas vai chegar. Sabe suas responsabilidades, e se vai dormir tarde durante a semana, tem consciência que no dia seguinte vai ter q levantar cedo para trabalhar. Batalhou pelo seu espaço sozinha, e sim, está muito bem assim.
Mas, ao mesmo tempo, falta aquele que te pega na curva pelo coração. E falta ser muito importante para alguém. Ter companhia pra ir naquela festa chata da família (e claro, dar uns amassos num cantinho sem ninguém ver). Ver Faustão no domingo a tarde seria tão mais divertido, não? Só que (sim, tem um “só que”) isso implica em transferir a satisfação que você dava aos pais, pra outra pessoa. E ai, ta afim de encarar essa?
Dizer aonde vai, com quem, a que horas volta, e escutar “posso ir junto?”, quando o que mais você quer é ter um tempo sozinha, fazer alguma coisa sem ninguém.
Não estou aqui pra dizer o que você deve ou não fazer. Acho que todo mundo tem uma balancinha dentro do peito que vai pesar mais para um lado. Pese, analise e faça sim, o que te faz mais feliz.
A minha tem pesado mais pro lado da liberdade, mas isso não quer dizer que daqui a um ou dois meses a coisa não possa mudar. E tem sempre aquela pessoa por quem a balança pesa mais pelo lado do compromisso. Só que nem sempre a balança dele pesa do mesmo jeito... Então, deixa assim...
E ai, para que lado pende mais sua balança? Compromisso ou Liberdade?

9.2.10

Posso Errar? por Leila Ferreira

"Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu “errado”. Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros. A única opção era usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel. Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, superoleosos, grudam só de ouvir a palavra “condicionador”. Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e... surpresa! Os cabelos soltos e brilhantes – tudo aquilo que meus nove vidros de xampu “certo” que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir. Foi ai que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa – e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou certa por quê?

O homem certo, por exemplo, existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi “certo” até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de “nada a ver”, vão ficando e, quando você se assusta, está casada – e feliz – com um deles.

E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez, você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa “certa”, mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para “errar”.

Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: “Eu sei que está errado, mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu não tenho coragem. Então eu fumo”. Sem entrar no mérito da questão – da traição ou do cigarro -, concordo que viver é, eventualmente, poder escorregar ou sair do tom. O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando poe cosméticos e dietas, até o que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda o celular que dá status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.

O filósofo Mario Sergio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: “Como assim?! Você não dirige?!”. Com toda a calma, ele responde: “Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não fabrico rádios – tem um punhado de coisas que eu não faço.” Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, a agente de viagens que adora questionar regras: “Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos a achar normal uma vida sem carboidratos”. O certo ou o “certo” pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso."

(Revista Marie Claire nº227 - Fevereiro 2010 - Coluna Final Feliz)

12.1.10

#resumodehoje

Resumindo o dia....

VTC, babaca!